A piscina

Com sua obra “La piscine”, Delphine Araxi vai de Debret a Gaudi e conta uma história em um mundo paralelo.

Essa obra, essa piscina ou lagoa, é orgânica e livremente inspirada nas formas da natureza, inspirada em tudo: tudo ao meu redor, tudo o que vi no Brasil.

E, acima de tudo, a perfeição do mundo animal, vegetal e mineral que permite ao homem estar em harmonia com a natureza. A originalidade dessa piscina está no retorno às origens dos caquinhos e na combinação do conhecimento tradicional dos artesãos brasileiros com os novos avanços tecnológicos.

HOTEL ROSEWOOD SÃO PAULO

A referência mais antiga a “cacos” ou caquinhos que me inspirou aparece no relato de viagem de Jean Baptiste Debret (1768-1848), que em 1826 descreveu um círculo de tambores e cantos de escravos africanos ao redor de uma fonte em uma praça na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império Brasileiro.

Debret relata que “lascas de louça ” eram usadas nos tambores, juntamente com outros objetos sonoros, para acompanhar o canto. Esses “caquinhos ” se espalharam pela sociedade brasileira. O piso de caquinhos vermelhos, popular desde a década de 1940, é um legado histórico de São Paulo. Antoni Gaudí influenciou o uso de cerâmicas quebradas, simbolizando a resiliência e a transformação diante das adversidades da vida.

A arte cria beleza, e o marketing tenta explicar o mistério da peça quebrada que vale mais do que a peça inteira.

XLOV-A